quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O tempo é sábio

Curioso como o tempo vai retirando de nós, pouco a pouco, os prazeres que nos davam a alegria de viver. Você vai selecionando tudo: pessoas, lugares, músicas, filmes, livros, autores. Aquilo que antes te enchia de emoção, hoje já não tem graça nenhuma. E a vida vai ficando cada vez mais vazia. Não me seduz o discurso de que devemos preencher a vida com atividades, passeios, vida social, viagens... A questão deve ser uma tendência natural do ser humano que, em tempos mais jovens se deixava iludir por um ou outro motivo. É explicável que tendo a perspectiva de um longo tempo pela frente, o seu tempo de vida ainda não foi o bastante para experimentar as dores do viver, as angústias das perdas, do tempo que se esvai, de histórias experimentadas que vão virando névoas. Histórias que parecem ter sido vividas por outra pessoa. Tem-se a impressão de que somos meros personagens que vão trocando os papéis ao longo da existência.
Nessa vida tudo tem uma razão de ser. Existe uma sabedoria implícita nessa marcha implacável do tempo: vamos nos desligando gradativamente das coisas, nos preparando para o adeus.

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